AME A NATUREZA COMO A TI MESMO.

Bugra

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

POEMA SINESTÉSICO - Vanda Ferreira

Som de passarinhos

é verde arvoral,

é raio de sol

hino de louvor à alvorada,

cantata de abertura para os cílio solares;



Música instrumental

é releitura humana;

poética parceria de coração e cérebro

sentimentais partituras escritas com lágrimas,

evidenciadas com sangue e sabores frugais.



o cantar humano é cenário,

construido de poderes,

produzido em campo sentimental

imaginário filme que retrata tempo,

marcos instituídos nos cinco sentidos.



Dores e alegrias,

sabores e aromas,

cores e texturas

comunhão de passado, presente e futuro

poemas de céu e terra multicores.

ROTEIRO DA LIBERDADE - Vanda Ferreira

Ouço meu mar.

Inquietude vermelha,

trajetória de meu coração,

implode, explode

e tudo pode!



Surfar em pranchas de sonho,

navegar em barcos de matutice,

cruzar sinais de glamourosos navios

da lua repartida em meu céu.



O vento passeante,

andarilho em torno dos neurônios,

fala ao pensamento cardíaco.

INVEJA e IRA (SETE PECADOS) - Vanda Ferreira

Há um tipo de lepra que come,

outra que bebe, outra que rasga;



Lepra que alfineta os roteiros de paz

funga a plantação de flores, mofa a fertilidade da terra.



Há o mal instalado em retorcido corpo

cunvulsivo de ira espionando o bem.



O mau sonda o bom

Portando em ambas mãos escancarado desejo de saquear;



Punhais, facões, tridentes;

rajadas sopradas de venenosas goelas

(labaredas de irises de incandescidos fornos)

tecem alastradas armadilhas

costuradas com perigosa linha de inveja,



lepra munida de sede, fome e outras incontidas ardências.

Quilométrica lingua cravada na garganta

de famintos vermes comendo vivas carnes;



Inveja lambe santas sangrias,

deposita venenos

para manter as alargadas chagas



Há tantos tipos de lepra...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mitologia de uma Bugra

Constantemente me flagro endeusando nobrezas celeste... Serei uma ritualista???

Adoro o sol! É luz anunciadora, cúmplice do despertar em alvorada. Fonte única da claridade reveladora para o alardear do arco-íris. Igualmente gosto de seu esplendoroso processo, o todo poderoso de calor e luz, chega ao seu êxtase tão perfeito: deita-se e recolhe-se em relachante transe crepuscular, em transbordejante serenidade.

Na obscuridade do consagrado ser, presenteia-me o céu. Então venero a lua cheia de mistério branco, única, pura, imperiosa, ímpar em traje circular ou em nesga. Sempre em totalidade mágica, espalha luz branda, tingindo silhuetas, tingindo-as em belos cristais.

Em paralelo idolatro faiscantes pontos que salpicam de brilho a noturnidade da abóboda sagrada. Pontos que se parecem com sorrisos soltos, leves, marcantes; Plenos de graça fatal, para compor o céu em um reino perfeito. Lua majestosa e incontáveis damas-de-honra da corte celestial de cerimoniais noturnos,

Adoro, venero, idolatro esses símbolos que amo sem ousadia e até gosto de ignorar seus decifrares científicos... Alerta desnudo-me de hipocrisia e poluição, e receptiva ouço, sinto e percebo a superioridade intocável.

De certo: o astro-rei se pronunciará e se infiltrará na noite... De certo : Haverá a troca e novamente a noite entrará em cena trazendo meiguice lunar e belos sorrisos de estrelas.

Experimento encantadores mistérios, degusto da sensação de riqueza, fortaleza e supremacia. Com carne e alma vivifico a paralela trindade estável. Assim vivo, noite após dia e dia após noite. Em um círculo de preciosidades. Um completo ciclo, em perpétuo renovar, orlado de puro ouro, prata e brilhantes.